Itajaí:
Câmara recebe projeto de iniciativa popular para redução do número de
vereadores
A Câmara de Vereadores de Itajaí
recebeu, na manhã desta terça-feira (12), o Projeto de Lei de Iniciativa Popular
de Emenda à Lei Orgânica do Município que pretende reduzir de 21 para 12 o
número de vereadores na cidade. Com mais de 10 mil assinaturas válidas, o
projeto deve ser lido na sessão de hoje e encaminhado para a Comissão de
Legislação, Justiça e Redação Final da Câmara.
A Comissão terá prazo de dez dias
úteis para emitir seu parecer. Conforme previsto na Lei Orgânica do Município,
o projeto passará por duas votações, com intervalo mínimo de dez dias entre uma
e outra, e necessita do voto favorável de dois terços dos vereadores nos dois
turnos.
O presidente da Câmara, vereador
Luiz Carlos Pissetti (PSB), destacou que o ato foi simbólico, mas representou o
respeito da Casa por esta forma democrática de participação popular no processo
Legislativo. Pissetti afirmou que não é possível prever o resultado do projeto,
mas assegurou o compromisso da Câmara com a forma de conduzir o processo dentro
da lei. O presidente lembrou ainda, que todos os vereadores terão oportunidade
ao amplo debate e também poderão sugerir modificações ao texto.
Já o presidente da Associação
Empresarial de Itajaí (ACII), Eclésio da Silva, destacou que a iniciativa pela
redução é antiga e uniu população e iniciativa privada por mudanças:
“Compreendemos que o número de 21 vereadores está além do razoável para uma
cidade como Itajaí”, destacou. Eclésio declarou ainda, que as entidades
acompanharão o trabalho da Câmara abertas a negociações e novas discussões.
Os vereadores Dedé (PSDB) e Neusa
Geraldi (PMDB), além dos representantes das demais entidades envolvidas, também
estiveram presentes na recepção.
O Projeto de Inciativa popular é
resultado de um abaixo-assinado organizado pela ACII com o apoio de outras 12
entidades. No total, foram colhidas 12,900 assinaturas, sendo que 10,246 foram
validadas após a conferência do grupo. Foram consideradas inválidas as
assinaturas de pessoas que não moram em Itajaí ou que não apresentaram a
documentação adequada. Pela lei são necessárias cerca de 7 mil assinaturas, ou
5% do eleitorado itajaiense, para que a iniciativa se torne válida. A campanha
ocorreu de 25 de fevereiro a 8 de abril.
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Pontes de Itajaí não recebem vistoria ou manutenção há
uma década
Há pelo menos 10 anos
nenhuma ponte de Itajaí recebe qualquer vistoria ou serviço de manutenção
preventiva por profissionais qualificados para o trabalho. A confirmação é
da própria secretaria de obras, através de uma resposta a um requerimento da vereadora
Anna Carolina Martins (PSDB). A informação mostra total descaso da
administração municipal com as estruturas e põe em cheque a segurança da
população. Nesta semana a parlamentar irá protocolar no Ministério Público (MP)
uma denúncia sobre a falta de inspeção nas travessias de Itajaí. Anna também
requereu oficialmente que o município, através da secretaria de obras e da
Defesa Civil, elabore e execute continuamente um plano de inspeções e
manutenções preventivas e corretivas em todas as pontes da cidade.
Itajaí é cortada por
dois grandes rios, o Itajaí-Açu e o Itajaí-Mirim, e teria 10 pontes, não fosse
uma ter caído em dezembro e outra, da rua Jacob Ardigó, não ter sido concluída
até hoje. Mesmo com um grande número de travessias, de acordo com o secretário
de obras, Tarcízio Zanelatto, o município não tem nenhum tipo de programa de
vistorias e manutenção preventiva. “Isso comprova a falta de zelo da
administração municipal com a segurança da população”, frisa Anna Carolina, que
já denunciou agentes públicos pela queda da Tancredo Neves, em dezembro do ano
passado.
A preocupação maior
da parlamentar é com as pontes Wilson Kleinubing e a da Nova Brasília, que
passaram a receber um fluxo muito mais intenso de veículos, desde a queda da
Tancredo Neves. “Essas travessias estão sobrecarregadas e a falta de manutenção
é extremamente preocupante”, afirma. Através de uma indicação, Anna também
solicitou que a prefeitura ponha em prática um plano de inspeção e manutenção
preventiva e corretiva das pontes. “É algo básico, que já deveria estar sendo
feito, como não o fazem, requeremos oficialmente e levamos a sugestão também
para o MP, para que force o executivo a cumprir seu papel”, critica.
De acordo com o
próprio secretário de obras, as vistorias são realizadas por engenheiros da
pasta, que não são especializados em pontes, e nunca produziram nenhum tipo de
laudo.
Ponte da ASPMI preocupa Defesa Civil
Outra ponte que chama
a atenção por desníveis na pista é a Francisco Queiroz de Almeida, popularmente
conhecida por ponte da ASPMI. A situação da travessia que fica em uma das
principais entradas da cidade preocupa a Defesa Civil do município. Atendendo a
uma indicação de Anna Carolina, os técnicos da Defesa Civil constataram que a
pista apresenta rachaduras no asfalto e desníveis significativos. O relatório
não constatou problema estrutural grave que justificasse sua interdição
imediata. No entanto, os técnicos recomendaram que a ponte fosse analisada por
especialistas, já que problemas na estrutura não foram descartados.
“Percebe-se que a
ponte apresenta indícios de manutenção preventiva em atraso, tais como crostas
de limo nas estruturas de apoio, desgastes pontuais no concreto e exposição de
partes da armadura, porém, ainda incipientes”, diz o relatório, assinado pelo
gerente de operações Roberto dos Passos Miranda e pelo coordenador da Defesa
Civil Everlei Pereira.
O documento também
destaca o risco dos desníveis na pista. “Quando os caminhões passam neste
local, sofrem uma inclinação brusca em direção ao guarda-corpo no início da
passarela. Entende-se que se trata de um risco a ser considerado, ainda mais,
levando em conta que essa ponte é rota de caminhões com contêineres carregados,
sendo que muitos deles se encontram em estado precário”.
As alterações ficaram
visíveis desde que a obra de implantação da ciclovia de metal em um dos lados
da ponte terminou, em outubro do ano passado. No próximo dia 25, às 13h, está
marcada a concorrência pública para a execução da continuidade da obra de alargamento
da ponte Francisco Queiroz de Almeida. O valor da obra está estimado em R$ 964
mil reais.
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