Itajaí:
Comissão parlamentar de inquérito
aprova relatório final
Foi
apresentado e aprovado na tarde desta quarta-feira (24), na Câmara de
Vereadores de Itajaí, o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI), que apura fatos investigados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate
ao Crime Organizado (Gaeco) na Operação Parada Obrigatória II.
Durante a
16ª e última reunião da CPI, o relator da Comissão, vereador Fernando Pegorini
(PP) leu a conclusão do relatório, além dos indiciamentos e encaminhamentos que
integram o documento.
O
presidente da CPI, vereador Thiago Morastoni (PT), ressaltou que “a Comissão
reforçou aquilo que o Ministério Público já havia acusado”. Thiago também
salientou que o trabalho trouxe novidades à investigação, como os indícios de
aliciamento de testemunhas por parte do empresário Júlio César Fernandes,
proprietário do Pátio de Veículos.
O
relatório final da CPI apresentou o indiciamento político de três pessoas para
oito crimes diferentes. Esta forma de indiciamento tem o objetivo de fazer
indicações ao Ministério Público para avaliação das condutas dos envolvidos e
para fins de denúncia ou continuidade das investigações.
A
Comissão concluiu os seguintes indiciamentos:
- Prática
de crime de advocacia administrativa, relacionada a infrações de trânsito –
José Alvercino Ferreira;
- Prática
do crime de peculato pela apropriação indevida de aproximadamente 715 motos –
José Alvercino Ferreira e Júlio César Fernandes;
- Prática
do crime de advocacia administrativa, relacionado à liberação irregular de
veículos apreendidos do Pátio de Veículos – José Alvercino Ferreira e Júlio
César Fernandes;
- Prática
do crime de peculato relativo à apropriação indevida de 17% da receita bruta
mensal do Pátio de Veículos - José Alvercino Ferreira, Júlio César Fernandes e
William Giovani Gervasi;
- Prática
do crime de corrupção ativa e passiva, relacionados à fiscalização da concessão
do serviço de Pátio de Veículos – Júlio César Fernandes e William Giovani
Gervasi;
- Prática
do crime de corrupção passiva, relacionado à solicitação de vantagens – William
Giovani Gervasi;
- Prática
de crimes de peculato e receptação, relacionados à retirada de peças de
veículos apreendidos que se localizavam no Pátio – Júlio César Fernandes;
- Prática
de aliciamento de testemunhas – Júlio César Fernandes.
Com a
aprovação do documento pelos membros da CPI, o relatório final segue para a
mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Itajaí para que proceda os devidos
encaminhamentos.
Com o
encerramento dos trabalhos, o relatório deve ser entregue às 8ª e 9ª Promotoria
de Justiça da Comarca de Itajaí para que possam complementar o que já foi
apurado na fase investigatória. O documento também deve ser publicado no Jornal
do Município e ainda disponibilizado ao Tribunal de Contas do Estado de Santa
Catarina para análise de irregularidades referentes ao contrato com o Pátio de
Veículos.
A
Comissão de Ética da Câmara de Vereadores de Itajaí também deve receber o
relatório para o cumprimento das medidas cabíveis.
O
Plenário da Câmara deve apreciar ainda um Projeto de Decreto, produzido a
partir do relatório final da CPI, que indicará medidas a serem cumpridas pelo
Executivo Municipal.
Se a
propositura for aprovada, a Prefeitura deverá instaurar uma auditoria para
averiguar irregularidades relacionadas ao contrato de concessão de serviço de
Pátio de Veículos; retomar os trabalhos das sindicâncias abertas relacionadas
ao caso; e ainda aplicar medidas para reparar prejuízos causados ao erário
público.
O Projeto
de Decreto ainda deve indicar que o Município de Itajaí faça a rescisão do
contrato de concessão de serviço de guincho, com a cobrança imediata dos
valores que deixaram de ser arrecadados, sem qualquer prejuízo ao que a Justiça
decidir futuramente.
A
Comissão Parlamentar de Inquérito foi instaurada em setembro de 2015 e teve
como membros os vereadores Thiago Morastoni (PT) – presidente; Fernando
Pegorini (PP) – relator; Clayton Batschauer (PR) – secretário; Laudelino Lamim
(PMDB) e Dulce Amaral (PSD).
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